
Em vez de entender esse movimento como compulsório ou um modismo, o
recomendado é que os advogados entendam a cultura ESG e seu conjunto de ações e
boas práticas como uma oportunidade para rever suas atividades diárias.
Nem todos os trabalhos serão desenvolvidos nos escritórios de advocacia, em 2023,
seguirão o tradicional. A sigla ESG, traduzida em boas práticas ambientais, sociais e
governança corporativa, está entre os novos conceitos que chegaram para fazer parte
do dia a dia dos escritórios, dada a importância dos seus princípios: eles passaram a
nortear ações em relação a temas relevantes como o comprometimento com a
preservação dos recursos naturais, o engajamento em políticas sociais, a diversidade
e a atenção a casos de corrupção, assédio, discriminação e boas práticas de gestão.
O conceito ESG deixou de ser um diferencial e tornou-se mandatório em todo o setor
corporativo, pois propõe a discussão e o engajamento com pautas que vão desde
questões mais abrangentes, como emissão de gases de efeito de estufa, justiça social
e ética nas práticas cotidianas da gestão, bem como simples interruptores como
sensor de presença nas empresas.
Essas três letras praticamente substituíram a palavra sustentabilidade, até então
usada no universo empresarial. A adesão do termo ESG e sua diversificada agenda é
tão relevante que os colocam em paridade com temas fundamentais relacionados ao
desempenho e ao lucro.
Os novos hábitos da sociedade e da vida moderna impulsionam a ascensão aos
conceitos ESG, sobretudo por fatores como o consumo excessivo e a evolução
tecnológica. O desenvolvimento trouxe progresso e mais qualidade de vida, mas
também gerou maior responsabilidade ambiental, social e de governança.
As bandas de advocacia se inserem nesse cenário em meio a muitas discussões e
novas considerações sobre as urgências do planeta e dos seus consumidores e
clientes, dos colaboradores e dos governos, ajudando na promoção de uma agenda
de iniciativas sustentáveis que impactem positivamente no mundo e na vida das
pessoas.
Os escritórios de advocacia são parte importante neste debate, seja como
protagonistas, seja orientado sua clientela sobre os procedimentos adequados a
serem guiados para minimizarem riscos e prosseguirem na adoção de práticas mais
responsáveis.
Em vez de entender esse movimento como compulsório ou modismo, o recomendado
é o que os advogados entendam a cultura ESG e seu conjunto de ações e boas
práticas como uma oportunidade para rever suas atividades diárias. E, a partir daí,
identificarmos e propormos novas estratégias que mudem comportamentos e insiram
princípios mais sustentáveis.
Vale reforçar, ao final, que a adesão aos princípios ESG não se sustenta apenas com
o comprometimento das empresas. Este trabalho deve acontecer de forma conjunta,
multidisciplinar, multissetorial, de forma a estimular uma mudança definitiva de cultura
dentro dos escritórios e tornar nossas ações um espelho para toda a sociedade, bem
como estar alinhados com os clientes.
Artigo de opinião escrito por Dr. Luiz Cláudio Allemand e publicado no site do jornal A Gazeta no dia 06/02/2023. Confira o artigo, acessando o link https://www.agazeta.com.br/artigos/esg-nos- escritorios-de-advocacia-do-discurso-a-pratica-0223#
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